07 fevereiro 2006

Woo-Suk Hwang

Cientista sul-coreano pode ter desviado US$ 6 milhões

Woo-Suk Hwang, o cientista sul-coreano que fraudou pesquisas sobre clonagem terapêutica em humanos, aparentemente embolsou cerca de US$ 6 milhões do financiamento público e privado que recebeu para suas pesquisas. Essa é a principal conclusão de auditores do governo coreano, que examinaram as contas do ex-pesquisador da Universidade Nacional de Seul e concluíram que ele não documentou o destino desse dinheiro.
Os dados serão enviados para o Ministério Público coreano, que atualmente conduz um inquérito sobre todas as atividades de Hwang. Ainda não se sabe se ele será processado por apropriação indébita de recursos públicos, embora os resultados dessa fase da investigação favoreçam tal possibilidade. O Ministério da Ciência e Tecnologia da Coréia do Sul informou que, caso a apropriação se confirme, vai pedir que o cientista devolva o dinheiro.
Hwang, ao lado de colegas coreanos e americanos, publicou os dois trabalhos de maior impacto sobre clonagem terapêutica, em 2004 e no ano passado, ambos na prestigiosa revista "Science". No de 2004, ele clamava ter criado o primeiro embrião humano clonado, dizendo ter extraído dele células-tronco embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tecido do organismo.
No do ano passado, a equipe teria aperfeiçoado ainda mais a técnica e produzido 11 linhagens de células-tronco com material genético idêntico ao de pessoas com lesões na medula espinhal e doenças degenerativas. Seria um passo importante para a aplicação terapêutica da idéia.
No entanto, denúncias feitas por colegas de Hwang davam conta de que nenhuma das linhagens obtidas era verdadeira, fato confirmado por uma investigação conduzida pela Universidade Nacional de Seul. Desde então, Hwang pediu desculpas publicamente e renunciou a seu cargo, mas acusou colegas de sabotá-lo em suas pesquisas.
Falta de contabilidade
"Tanto o governo quanto algumas empresas forneceram ao professor Hwang amplas fontes de financiamento, mas ele não seguiu os procedimentos adequados de contabilidade. A Universidade Nacional de Seul também não o supervisionou como deveria", declararam os auditores em comunicado oficial. "Não há maneira de comprovar para que ele usou esse dinheiro", disse Eui-Myong Park, um dos membros do comitê de auditoria, em entrevista coletiva.
Além disso, o dinheiro passou pela conta pessoal de Hwang, segundo os investigadores --num dos casos, ele teria separado os fundos para pagar pesquisadores subordinados a ele, mas nunca o fez. No total, calcula-se que a equipe do pesquisador tenha recebido cerca de US$ 39 milhões em financiamento, dos quais US$ 27 milhões parecem ter sido efetivamente gastos com os estudos. Caso Hwang seja condenado por malversação, ele pode passar até dez anos na cadeia, de acordo com a lei coreana.
O escândalo levou também à renúncia de Ky-Young Park, secretária de Ciência e Tecnologia da Presidência sul-coreana e co-autora dos estudos sobre clonagem. Ela diz ter recebido cerca de 250 mil dólares de Hwang, mas alega que o dinheiro foi usado em suas pesquisas. Segundo os auditores, porém, tal uso não foi devidamente comprovado.
Fonte: Folha de São Paulo

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