20 julho 2006

A aventura inacabada das pesquisas com células-tronco

Quando começa a vida? No momento em que é formada a primeira célula ou quando o ser adquire consciência própria? Essa foi a polêmica numa mesa-redonda sobre os limites éticos nas pesquisas com células-tronco, nesta quarta-feira.
A doutora em biofísica e professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Alice Teixeira Ferreira, e o professor de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Alexandre Netto, divergiram sobre o assunto.
Para Alice, a vida inicia na união do espermatozóide com o óvulo, uma combinação genética única e incapaz de se repetir. Essa primeira célula, mesmo não formando um organismo completo, é um ser humano em potencial e, desta forma, possui direitos como qualquer outro.
Já Netto, que também é pós-doutor em Neurociência, avalia que a questão é mais profunda, envolvendo aspectos como o surgimento da consciência. “Quando a morte cerebral é diagnosticada em um paciente, a família pode iniciar o processo de doação dos demais órgãos que continuam funcionando.” Contudo, o professor argumenta que a pessoa nesse estado, assim como um embrião humano, não têm consciência.
O professor lembrou que, atualmente, pouco se sabe sobre células-tronco e, há 30 anos, nem se sabia que elas existiam. “É impossível prever o que vamos descobrir sobre elas nos próximos 10 anos. A ciência é uma aventura inacabada”
As discussões da mesa-redonda concluíram que ainda não existe uma saída, tanto do ponto de vista da ética como do ponto de vista legal. Realizar experiências científicas com embriões humanos é um avanço que pode resultar na descoberta da cura de patologias que permanecem até hoje sem solução. Ao mesmo tempo, deve ter claro certos limites, sob o risco de ameaçar o direito à vida, primordial de qualquer ser humano.
Fonte: SBPC

1 Comments:

At 6:02 AM, Anonymous Anônimo said...

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